Mais um ano novo
Fim de ano. Tem coisa mais clichê? Todo mundo comprando
roupas brancas, calcinhas das cores mais exóticas e espumantes. Vamos chupar
sei lá quantas uvas e pular ondinhas na meia noite? Será que funciona? Você não
acredita mas a sua tia disse que é bom. A sua vó fez simpatia pra você
encontrar um namoradinho. Afinal, já está na hora não é?
Pra que tudo isso? Não bastava agradecer pelo ano que
passou ou reclamar dele? É mais importante beber a bebida que você está afim,
comemorar com os amigos e festejar. Mais um ano se passou e tenho certeza que
você não precisa de superstições para encarar o próximo. Só que dá um medo de
não seguir à risca e dar tudo errado, eu entendo.
Imagina 365 dias sem paz porque decidiu não usar branco
no último dia do ano! Melhor não arriscar, né?! E você que ta aí feliz com um
cruch por mês, melhor usar aquela calcinha rosa porque vai que eles somem! É tudo
tão clichê e tão banal, mas ninguém consegue ousar e fazer diferente. Não tem
como duvidar que se você usar a roupa que se sente bem usando, o ano vai
começar bem. Se estiver com pessoas legais e fizer o que, de fato, acredita
deve funcionar bem melhor do que essas tradições da sociedade.
A humanidade tem feito tanta besteira que parece nem
fazer sentido comemorar. Não sei, estamos comemorando o fato de ainda estarmos
vivos, nãos termos sofrido nenhum atentado ou porque você conseguiu combater um
pouco o preconceito. Tudo isso parece ser importante demais pra ser celebrado
com tanta leveza. Assuntos pesados que resolveram inundar minha mente nesse
momento em que devemos deixar coisas ruin no ano que passou.
Será que faz sentido deixar tudo isso pra trás? E todas
as pessoas que sofreram tanto durante esse ano que ficou famoso pelos desastres
sociais? Me desculpem, mas quero, sim, me lembrar de tudo isso e não esquecer
que o mundo e nós precisamos mudar. E muito. Porque não faz sentido lidar com
tanta gente falando mal de político no Natal e uma semana depois abstrair da
mente o quanto esses corruptos estão fazendo mal pro país.
Muita coisa boa aconteceu e eu quero lembrar também, mas
as reflexões precisam ter dois lados. Não quero me livrar de um 2016, quero
apenas virar este ano pensando que podemos melhorar como cidadãos e ver a
resposta no ano que está por vir. Será que isso é possível? Eu sou idealista
que vai pensar nisso a cada fim de ano e acreditar que podemos melhorar.
Fiquei feliz com a Olimpíada, a Eurocopa e o Cristiano
Ronaldo sendo o melhor do mundo de novo, mas a gente não vive só de
entretenimento. Quem me dera eu precisasse reclamar do meu time que foi mal no
campeonato e só. Esporte me deixa feliz e da esperança desde sempre, assim que
fui criada, mas está longe de ser solução pra alguma coisa. É exemplo de
respeito e superação, devíamos levar essas loções para a vida, porém tem tanto
apaixonado por esporte que não vê esse lado...
O resultado disso tudo é o saldo desse ano. Tanta gente
reclamando nas redes sociais e sem vontade nenhuma de mudança. Antes de ver que
foi ruim, pensa em mudar. Antes de analisar o saldo da sua vida, sinta-se
disposto a fazer melhor. Porque o mundo sempre pode ser melhor. Tenta fazer
diferente no próximo ano, pelo menos dessa vez pensa nos problemas sociais e
pede pelo coletivo na virada do ano! Faz diferente porque um ano não é nada
perto do estrago que o ser humano causa há mais de 2016 anos.
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