Por Outros Planetas

            Fim de ano. Tem coisa mais clichê? Todo mundo comprando roupas brancas, calcinhas das cores mais exóticas e espumantes. Vamos chupar sei lá quantas uvas e pular ondinhas na meia noite? Será que funciona? Você não acredita mas a sua tia disse que é bom. A sua vó fez simpatia pra você encontrar um namoradinho. Afinal, já está na hora não é?             Pra que tudo isso? Não bastava agradecer pelo ano que passou ou reclamar dele? É mais importante beber a bebida que você está afim, comemorar com os amigos e festejar. Mais um ano se passou e tenho certeza que você não precisa de superstições para encarar o próximo. Só que dá um medo de não seguir à risca e dar tudo errado, eu entendo.             Imagina 365 dias sem paz porque decidiu não usar branco no último dia do ano! Melhor não arriscar, né?! E você que ta aí feliz com um cruch por mês, melhor usar aquela calcinha rosa porque vai que eles somem! É tudo tão clichê e tão banal, mas ninguém consegue ousar e fazer difer

            Será que a minha liberdade te assusta? Meu desapego te afasta? Olha, eu não fiz nenhum voto de fidelidade para não me apaixonar, simplesmente, não aconteceu. Portanto, vamos com calma.             Eu sou sentimental sim, sou sensível, ainda que quase ninguém veja. Quem me conhece de verdade sabe. Escrever não é coisa pra quem não se apaixona. E eu nasci poeta, então acho que a paixão está em algum lugar aqui dentro, quase todo mundo pode ver.             Desculpa se te assustei com as minhas certezas. Elas me deixam insegura também, mas fazem parte de mim. Fica um pouco e vai perceber que não é tão difícil. Meu coração não é inquebrável. A prova disso é o quanto ele de dilacera com tantos romances que são apenas histórias e, claro, com histórias que são só romances.             Ah! Que poetiza sensível você vem conhecendo aos poucos. Cada conversa é um sentimento que está tão entranhado na minha personalidade. Coisas singelas que chegam a irritar de tão minhas.

Que graça tem ser igual? Mas que história mais banal! O que eu quero é descobrir Tudo que te faz sorrir. Lapidar o diamante Que me faz amar você, Sentir seu olhar gigante Que, a minha mente, lê. E, contigo, gargalhar Sob a noite de luar Que eu sei que você adora. Já eu, amo a sensação Quando a lua vai embora, Luzes da noite se vão E, eu, ainda acordado, Vejo o outro lado do dia Mas em sua companhia. E agora, mais uma vez,  Eu sei o bem que me fez... Sermos, assim, diferente  De tantos outros amores Combinados como cores, Que nunca se completam como a gente...

            Eu queria que você estivesse aqui. Queria o seu abraço, a sua segurança. Queria o seu cheiro, queria ficar com você, ter você pra mim. Isso pode soar possessivo demais da minha parte e nada a minha cara, eu sei, mas é o que eu sinto agora. Eu nem sei o que você acharia dessa idéia, na verdade, só que é uma pessoa especial, daquelas que a gente sente falta mesmo.             Hoje eu queria te dizer tudo isso, mas eu não tenho coragem. Sim, sou fraca demais, insegura de mim mesma, nem sei o que eu poderia dizer. Acho que tenho medo de que você fuja em meio a confissões de uma pessoa tão pouco decidida neste momento. Você iria pensar que eu enlouqueci, sei disso, conheço o seu jeito. Afinal, nós dois sabemos que eu não sou assim.             Ultimamente, quando eu penso em você fico indecisa. É que eu sou bem insegura, mas sempre soube o que queria. Quando sua imagem me vem à mente, essas certezas têm sumido. Estranho! Confesso que não sei o que está acontecendo com

             Nós todos deveríamos ser tão mais coloridos. Digo isso porque as cores representam vida e tanta diversidade. A sociedade precisa aceitar mais essa diferença linda entre as pessoas, elas nos tornam tão mais humanos. Não só aceitar, mas respeitar e entender o que cada grupo é por essência. Afinal, como julgar algo sem, se quer, conhecê-lo.             Certa vez, me perguntei por que o patinho feio é tão exaltado por pessoas que parecem ser os irmãos patos que se sentem tão superiores. Esses patos pareciam não ver o brilho que nasceria ali naquele pequeno cisne que era minoria no bando. O surpreendente foi quando ele mostrou sua imponência e já era tarde demais.             Tão parecido com o mundo em que vivemos, mas tão irreal. Trazendo para a realidade, não pode ser muito difícil que a história seja mesmo uma metáfora, assim como as cores. Uma representação da diversidade tão cheia de personalidade.             Ainda há muito a ser discutido em todos os sentid