Parabéns?
Dia
internacional da Mulher. Um dia de muitos parabéns distribuídos, muitos
“obrigada” que tanta gente nem sabe ao que está agradecendo. Um dia que a gente
tem muito o que pensar, na verdade. Um dia para refletir. Afinal, temos um dia
só nosso exatamente por isso. Para que a gente nunca esqueça o que tantas
mulheres sofreram para que tenhamos direitos hoje.
Como
tanta gente que é contra o feminismo gosta de dizer, somos diferentes dos
homens, não podemos querer ser tratadas iguais. E sem perceber, essas críticas
dizem exatamente o que é o feminismo. Tratarmos as diferenças de forma
diferente é essencial. Por isso, o feminismo quer equidade de gêneros, ou seja,
direitos equivalentes.
Se a
mulher engravida e o homem, não, precisam ter cuidados diferentes, por exemplo.
Isso acontece, mas ainda de forma que prejudica a mulher. Como vemos na
prática, muitas vezes as mulheres não são contratadas ou recebem menores
salários porque correm o risco de engravidar. É contra isso que o feminismo
luta também.
Mas não
é disso que eu quero falar hoje. Porque hoje precisamos pensar em algo muito
mais sério. Toda mulher já teve medo de andar sozinha na rua, de viajar sozinha
para um certo lugar que tem vontade ou até de falar algo quando está entre
muitos homens. As nossas liberdades são restritas pela violência contra a
mulher.
A
sociedade ainda precisa discutir porque, simplesmente, não chegamos na situação
ideal e estamos longe disso. Conheço tanta gente que fala que não é mais assim
e essas pessoas não consideram as cantadas com as quais temos de lidar no
carnaval. Quem nega os problemas não viu que no carnaval, uma mulher sofreu
algum ato violento a cada 4 minutos, isso amedronta, assusta.
É assim
que nos sentimos em metade do tempo, com medo e assustadas. Não se sentir
segura é a pior sensação possível para uma pessoa bem resolvida, que se
sustenta e tem seus sonhos e planos bem decididos. Uma mulher segura que não
precisa de ninguém para ajudá-la com seus problemas também tem medo quando anda
em um lugar deserto e escuro. E não é medo de perder o celular. Infelizmente.
É isso
que o dia internacional da mulher “celebra”, a nossa capacidade de melhorar a
cada ano. E eu acredito que um dia, eu vou olhar pra trás e ver o quanto
melhoramos como cidadãos, o quanto éramos machistas. Mas isso é idealismo, é só
o que eu sonho, como mulher. Eu sonho um dia ser mais respeitada por ser uma
mulher digna de direitos como todos.
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